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Melancolia


Enquanto ouço minhas músicas melancólicas
À companhia do vinho,
Você está transando com minha vizinha da frente.
Tudo posso ver, mas não sangro,
Não sinto dor nem saudade daquela pele tatuada,
Não sinto falta daquela boca cheia de piercings com gosto de tabaco.
Aliás, só Marlboro era o que fumava;
Não sinto mais vertigens das tuas loucuras,
Nem abstinência do teu sexo,
Agora que se deita com aquela maldita
Que não exita em se apossar dos meus restos,
Que por prazer se apodera dos meus sofrimentos,
Que bebe a angustia e dor da minha perda.

Já não me importo,
Se a tua pele não toca mais a minha
E toca a pele da outra,
Se a tua boca não beija mais a minha
E agora beija a boca da outra,
E não me importa se ainda fuma ou bebe,
E não me importa se um dia te venerei,
E não me importa se prefere wisk,
E já não me importa o que te importa,
E já não me importo, pois já não há nada com que me importar.

As tuas tatuagens que brincavam com as minhas,
As tuas mãos que deslizavam no meu corpo,
O teu sangue que se misturava ao meu,
O filho que sem saber eu abortei.

E na verdade ontem descobri,
Que posso te perpetuar,
Num envelope, o resultado
Você será pai.

Não acho que você merece saber,
Mas a criança não tem culpa,
Se ela você não quiser conhecer,
Vá para bem longe e não volte mais,
Direi a ela que faleceu jovem
E que te amei demais.

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