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Vitrine





...Ninguém consegue viver só,
Mas eu não consigo fazer o contrário...

Sou como um manequim numa vitrine,
Sem rosto, sem cor,
Uma manequim qualquer, numa loja qualquer.

Meus cabelos não permanecem mais na cabeça,
Meus olhos inchados não param de chorar,
Sou como um repelente que afasta as pessoas,
Como um alguém na multidão, um ninguém.

Cada tentativa de me aproximar é inútil,
E esse vazio cresce como uma ferida interna,
E quem se aproxima eu acabo afastando.

Sou algo que ninguém quer por perto,
Um ser sem vida parado atrás de uma vitrine,
Um espermatozóide que morre antes se chegar ao óvulo.

Sou como um bebê abortado,
Um um navio naufragado,
Um alimento estragado,
Um cachorro sem dono;

Sou como uma doença sem cura,
Uma boneca inflável furada,
Como um objeto descartável,
Um produto inútil em uma vitrine.

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